Cemig esclarece cinco conceitos populares sobre energia utilizados incorretamente 

Empresa explica diferenças entre os fenômenos mais comuns do sistema elétrico e desmistifica expressões frequentemente confundidas no dia a dia 

A energia elétrica é indispensável para a rotina das pessoas e depende de um sistema robusto e altamente complexo para chegar com segurança às casas, escolas, hospitais e empresas. Mesmo fazendo parte do cotidiano, muitos conceitos relacionados ao fornecimento ainda geram dúvidas. Com o objetivo de esclarecer esses temas, a Cemig explica alguns dos termos mais populares que, embora amplamente utilizados, costumam ser empregados de forma incorreta. 

A companhia lista, abaixo, cinco conceitos mais confundidos pelos clientes.  

Diferença entre pique e pico de energia 
Apesar de serem usados como sinônimos no dia a dia, pique e pico são fenômenos diferentes dentro da rede elétrica. O pico de energia ocorre quando há um aumento muito rápido da tensão, algo que pode acontecer em variações momentâneas do sistema causadas, por exemplo, por uma descarga atmosférica ou na entrada súbita de grandes cargas. Já o pique é o contrário: uma queda rápida e brusca da tensão, normalmente provocada por contatos momentâneos de galhos com a rede, ventos fortes que balançam os cabos ou curto-circuito instantâneos. O pico de energia pode durar alguns milésimos de segundos. Já o pique pode durar até alguns segundos, sendo um mecanismo automático de proteção da rede, e condição necessária para garantir o restabelecimento da energia com segurança. 

Pique de luz não é vilão 
O pique de luz não é um defeito. Ele é a resposta automática da rede quando ocorre um contato momentâneo ou uma falha transitória (temporária), como o toque de um galho em dia de vento ou tempestade. Nesses casos, a tensão cai rapidamente por milésimos de segundo e os equipamentos de proteção atuam para evitar danos permanentes. É nesse momento que o religamento automático entra em ação, desarmando e rearmando a rede em sequência para eliminar o defeito e restabelecer o fornecimento com segurança. Em vez de causar longas interrupções, o sistema isola o problema, permite que o objeto estranho se afaste e restabelece a energia quase imediatamente, preservando a estrutura elétrica e garantindo a continuidade para os clientes. 

Sinais (semáforos) em flash não significam que está faltando energia 
Os sinais em “flash” observados em alguns pontos não significam interrupção no fornecimento de energia. Essas situações acontecem quando ocorre uma falha nos equipamentos eletrônicos que controlam os sinais de trânsito, levando o semáforo a entrar no modo “flash”, para alertar os motoristas da condição de atenção. Oscilações na rede elétrica também podem provocar o travamento do equipamento que executa a lógica de controle de sinalização dos semáforos. Em algumas regiões, essas oscilações podem afetar temporariamente o funcionamento de semáforos e outros equipamentos de tráfego, mesmo sem haver desligamento da rede elétrica. Nesses casos, a verificação da sincronia dos dispositivos é responsabilidade do órgão gestor do trânsito, que deve ser acionado pela população. 

Falta de energia x apagão 
No dia a dia, é comum que interrupções localizadas sejam chamadas de apagão, mas tecnicamente os dois termos se referem a situações distintas. A falta de energia ocorre quando há um defeito pontual, como queda de árvore, colisão de um veículo com poste, manutenção programada ou falha em um trecho específico da rede. Já o apagão é um evento sistêmico, que afeta áreas muito amplas, podendo atingir diversos municípios ou até estados, e envolve o Sistema Interligado Nacional (SIN). Assim, a grande maioria das ocorrências cotidianas não pode ser classificada como apagão, apesar do uso popular do termo. 

Diferença entre 110 V e 220 V 
No Brasil, são utilizados dois padrões: 127 volts (popularmente chamados de 110 V) e 220 volts. Ambos são seguros e fazem parte da distribuição normal. A diferença entre eles não está na força da energia nem na potência entregue ao consumidor. Um aparelho projetado para funcionar em 127 V e o mesmo modelo desenvolvido para operar em 220 V terá exatamente a mesma potência e, portanto, consomem a mesma quantidade de energia quando ligados. 

O que muda é apenas a corrente elétrica necessária. No sistema 220 V, a corrente é menor para alimentar o mesmo equipamento; no sistema 127 V, ela é maior. Isso não altera o consumo: se o aparelho tem potência de 1.000 W, ele consumirá 1.000 W em qualquer uma das duas tensões. 

Por isso, é incorreto afirmar que o 220 “gasta mais”, “é mais forte” ou “entrega mais energia”. O fundamental é utilizar aparelhos compatíveis com a tensão local e manter instalações internas seguras. Mas fique atento. Há diferenças entre a fiação elétrica utilizada para sistemas 127V e 220V, conte sempre com um eletricista qualificado nos serviços envolvendo eletricidade. 

Bônus: saiba como identificar os cabos nos postes 
A Cemig destaca que nem todos os cabos presentes em seus postes são de sua responsabilidade direta. De acordo com as normas de segurança, os cabos da rede elétrica, que são energizados, estão localizados na parte superior da estrutura dos postes. Já os cabos de telecomunicações, utilizados por empresas que alugam a infraestrutura da Cemig, devem ocupar a parte baixa, imediatamente abaixo do braço da iluminação pública, altura segura em relação ao solo. 

A companhia mantém um cadastro atualizado das empresas que utilizam seus postes de forma regular, registro alimentado pelas informações obtidas no Projeto Senso. 

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