Especialistas reforçam que comunicador é diferencial competitivo do rádio e alertam para riscos de cortes em equipe

Em meio a um cenário de cortes orçamentários e constantes reestruturações no setor de radiodifusão, especialistas em programação reforçam a importância de preservar comunicadores no ar, destacando que personalidade, autenticidade e conexão humana são os principais diferenciais competitivos do rádio. O alerta foi feito durante o CRS360 Audio Avengers: Radio Superpower Is Talent, encontro que reuniu vozes influentes do setor nos EUA para debater o papel essencial dos locutores na manutenção da relevância do meio.

O painel foi moderado por Kevin Callahan, diretor executivo de operações e programação da Pamal Broadcasting em Nova York e Vermont, e contou com a participação de Fred Jacobs (presidente da Jacobs Media), Randy Lane (fundador da The Randy Lane Company) e Steve Reynolds (presidente da The Reynolds Group). Jacobs iniciou o debate apresentando dados da pesquisa Techsurvey 25, apontando que os comunicadores são o terceiro principal motivo que leva o público a sintonizar no rádio, ficando atrás apenas da facilidade de uso e do fato de o rádio ser gratuito.

No caso do formato country, ele destacou o alto nível de conexão emocional: “DJs, locutores e programas vêm subindo em importância. Eles estão apenas dois pontos abaixo da média geral de 61%, com 59%, o que é muito saudável e representa crescimento ao longo dos anos”.

Para Randy Lane, os dados reforçam a necessidade de valorização dos profissionais no ar. “Em muitos mercados há duas, às vezes três estações country. E com a música disponível em qualquer lugar, o comunicador é o que vai diferenciar sua rádio das demais”, pontuou. Ele também criticou o excesso de produção e a pouca interação ao vivo. “Ouço muitas rádios em que, mesmo no horário nobre da manhã, há apenas vinhetas produzidas entre as músicas. Não há conexão com o locutor.”

Steve Reynolds foi enfático ao afirmar que a perda dessa conexão é um risco grave para o meio. “Somos seres humanos programados para nos conectar. Aprendemos isso durante a pandemia, quando nos faltou essa interação”, afirmou. Segundo ele, familiaridade gera lealdade: “As pessoas escolhem aquilo que lhes é familiar, mesmo que não seja necessariamente o melhor produto.”

Ele ainda ressaltou a importância de rostos humanos nas marcas, comparando com nomes como Elon Musk (Tesla), Tim Cook (Apple) e Jeff Bezos (Amazon). “Grandes marcas têm rostos. E confiança é o resultado de vulnerabilidade somada ao tempo”, explicou. Jacobs complementou ao apontar que o “kryptonite” do rádio é a perda da capacidade de entreter. “As pessoas têm muitas opções. Se elas escolhem investir o tempo delas em você, é fundamental que você entregue conteúdo relevante.”

*Fonte: tudoradio.com

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