O que mudou nos meios de pagamento 5 anos após o Pix

Desde seu lançamento, em 2020, sistema transformou comportamentos e impulsionou a inovação no setor financeiro do País

O Pix, sistema de pagamento instantâneo brasileiro criado pelo Banco Central do Brasil (BC), completou cinco anos e rapidamente superou sua desconfiança inicial, se consolidando como o meio de pagamento mais utilizado no País, segundo dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Em quatro anos, o volume financeiro movimentado pelo Pix cresceu 175 vezes, passando de R$ 149,8 bilhões em 2020 para R$ 26,4 trilhões em 2024, com expectativa de crescimento contínuo em 2025, de acordo com o BC.

O sucesso do Pix é atribuído a uma série de razões, que incluem a sua liquidez imediata, gratuidade para pessoas físicas, funcionamento 24 horas por dia, sete dias por semana, e um custo mais baixo para comerciantes e estabelecimentos em comparação com outros meios de pagamento.

Roberto Kanter, economista e professor de MBAs da FGV, ressalta que a ascensão do Pix alterou estruturalmente o comportamento dos brasileiros.

“Em menos de quatro anos, o Pix reduziu significativamente a dependência de meios tradicionais de pagamento, sobretudo transferências bancárias e uso de cartões para transações de baixo valor”, completa.

Além disso, o economista enfatiza que sua ampla adesão afetou de imediato as bandeiras de cartão, que perderam participação em operações de débito e, em parte, também nas de crédito parcelado de curto prazo. Diante desse cenário, as grandes empresas de cartão tiveram que se adaptar. A Visa, por exemplo, através do Visa Conecta, lançou um serviço de iniciação de pagamento que permite aos consumidores realizarem transações via Pix.

A adesão do Pix foi tamanha, que chegou a gerar atritos geopolíticos. Em julho deste ano, o governo dos Estados Unidos, abriu uma investigação comercial contra o Brasil e o Pix faz parte dela, sob alegação de desvantagem competitiva para empresas americanas do setor financeiro.

Por outro lado, como parte do Plano Brasil Soberano — conjunto de medidas para mitigar os impactos
econômicos do tarifaço americano — o governo federal lançou na última quinta-feira, 4, a campanha “Liga o som e bora de Brasil!”, que defende conquistas nacionais, como o SUS e o próprio Pix. Veja abaixo:

Cartões seguem resilientes
Apesar do crescimento exponencial do Pix, os cartões, inclusive, os de débito mantêm sua resiliência. Compras com cartões (crédito, débito e pré-pagos) somaram R$ 2,2 trilhões no primeiro semestre de 2025, um aumento de 9,9% em relação ao ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs).

Fernando Bacchin, diretor de produtos transacionais do Inter, aponta que o cartão de crédito continua com bom desempenho devido à facilidade de pagamento na fatura sem juros e ao parcelamento sem juros, algo que o Pix Crédito, em muitos bancos, cobra juros.

“Foi um produto que evoluiu ao longo dos últimos 30 anos e não vejo, no curto prazo, algum produto substituindo a altura”, diz. “Cada geração tem o seu comportamento e vamos conviver com isso por bastante tempo”.

O Pix, no entanto, inaugurou uma fase de inovação no setor de meios de pagamento, puxada pela agenda imposta pelo Banco Central, com o lançamento do Pix Saque, Pix Troco e o Pix Automático. Porém, essa agenda de inovação não é impulsionada pelo BC, mas também por bancos e fintechs, que implementam soluções como pagamentos recorrentes via Pix e integração com carteiras digitais e super apps.

O Itaú, por exemplo, lançou, nos últimos meses, o Pix no WhatsApp para toda a sua base de clientes, o Pix por Aproximação (NFC), que promete reduzir a jornada de 36 segundos para seis segundos em pagamentos presenciais, além de ter avançado no Pix Parcelado e o Pix Automático.

“Além da agenda promovida pelo Banco Central, o Itaú tem escutado os seus clientes para disponibilizar soluções que estejam adequadas as suas necessidades”, revela João Araújo, diretor de negócios, plataformas e experiências digitais do Itaú.

Para mostrar todo o seu ecossistema de funcionalidades em relação ao Pix, o Itaú, inclusive, lançou nas últimas semanas a campanha “Pix com i de itaú”. Criada pela Africa Creative, a comunicação destaca soluções como o Pix na Laranjinha, solução para o público PJ; o Pix Automático, ideal para contas recorrentes; o Pix com Cartão de Crédito; o Pix Agendado; o Pix no WhatsApp; e o Pix Copia e Cola, que agiliza pagamentos com códigos prontos, sem digitação. Veja abaixo:

*Fonte: Meio&Mensagem

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