Na era das múltiplas telas e da fragmentação da atenção, a televisão mantém uma centralidade surpreendente. Longe de ser superada pelas redes sociais ou pelas plataformas de vídeo sob demanda, a TV se reinventa como a principal janela para grandes conteúdos ao vivo, cobertura de eventos de interesse coletivo e narrativas com profundidade. Com a chegada da DTV+, que combina interatividade, alta definição e consumo logado, a televisão brasileira ganha ainda mais força sem abrir mão de dois dos seus maiores ativos: a gratuidade e a facilidade de acesso por meio de uma simples antena.
Enquanto outras mídias dependem de conexão constante e pacotes de dados, assinatura e algoritmos que promovem dispersão e perda de foco, a TV aberta permanece como uma plataforma democrática, linear e confiável. O que passa na televisão reverbera: gera hashtags, repercute em vídeos curtos, vira trend. Ou seja, a televisão não perdeu protagonismo — ela o ampliou ao alimentar o ecossistema digital com conteúdos que partem dela para ganhar novas camadas de consumo e interpretação em outras janelas. É a maior influenciadora do país.
O papel da TV, nesse cenário, é o de ser o verdadeiro mercado da atenção. Ela oferece histórias com começo, meio e fim; publicidade inserida em contexto narrativo; programas que falam com o coletivo e tratam de temas que importam às comunidades. Ao contrário das redes sociais, que estimulam o abandono de rolagem sem fim, promovem fragmentação e muitas vezes propagam desinformação e golpes, a TV promove retenção, ritualidade e confiança.
O modelo de distribuição da televisão também evoluiu: além da recepção tradicional, os mesmos conteúdos estão presentes em aplicativos, repositórios on demand, transmissões simultâneas por streaming e até em cortes adaptados às redes sociais. Isso reforça seu papel como espinha dorsal do consumo audiovisual nacional. Mais do que competir com outras plataformas, a televisão as inspira, as nutre e as pauta.
A TV3.0 consolida essa virada ao transformar o televisor em um centro de experiências digitais híbridas, onde qualidade de imagem e acesso livre se combinam com inovação. Na era multiplataforma, a TV brasileira não é apenas resistente — é protagonista. E faz tudo isso com um sinal aberto, livre e gratuito. Ela reúne, informa e emociona. Ao manter sua essência, revoluciona.
Marcelo Bechara – Diretor de Relações Institucionais do Grupo Globo
