SET Expo 2025 debate uso da inteligência artificial no audiovisual e destaca potencial de ferramentas como Veo 3 e Vertex AI

O impacto da inteligência artificial (IA) na produção audiovisual foi tema central de um painel realizado nesta terça-feira (19), durante o evento da SET. Sob o título “Trabalhar com IA no Audiovisual: Inimiga, Assistente ou Coautora?”, a discussão reuniu especialistas que apresentaram diferentes perspectivas sobre o uso da tecnologia. Em comum, destacou-se a ideia de que a IA não deve ser vista apenas como ameaça, mas como ferramenta capaz de ampliar possibilidades criativas e democratizar o acesso a produções de qualidade, inclusive em projetos com recursos mais limitados.

Fernando Castelani, Consulting Account Lead do Google Cloud, abriu a sessão destacando os avanços dos modelos fundacionais desenvolvidos pela Alphabet, como os da DeepMind, e sua aplicação direta na indústria da mídia.

“O objetivo não é substituir profissionais, mas democratizar a tecnologia. Com IA, produções de qualidade podem ser viáveis mesmo com recursos limitados”, disse. Castelani apresentou cases de uso do modelo Veo 3, que possibilitou a geração de comerciais em múltiplos idiomas e com efeitos visuais e sonoros integrados — como exemplo, foi exibido um filme publicitário para a NBA produzido por menos de US$ 2 mil.

Castelani também ressaltou o diferencial da plataforma Vertex AI, que permite acesso a uma coleção de modelos em constante evolução. “Estamos falando de uma tecnologia que hoje permite criar vídeos com cenas que seriam inviáveis em estúdio, como bebês, animais e efeitos complexos”, acrescentou.

O moderador Fernando Moreira, coordenador do Grupo de Trabalho sobre IA da SET, trouxe uma visão prática e crítica, destacando ferramentas que vêm sendo usadas em processos como roteirização, edição e corte de vídeos com base em prompts e transcrições. “Melhorou muito, mas ainda não está bom”, avaliou. Para ele, o uso de IA no audiovisual ainda exige supervisão humana: “Mesmo com prompts bem feitos, ainda é difícil chegar à especificidade de cada emissora, de cada público. Mas é um apoio valioso”.

Entre as soluções demonstradas estavam um plugin premiado que transforma prompts em cortes automáticos compatíveis com softwares como Premiere e DaVinci Resolve, recurso útil para documentaristas. Também foram mencionadas ferramentas de análise de mercado e comportamento de audiência, como Glimpse, Vidooly, Vasuno e Google Trends com IA, ampliando a atuação da inteligência artificial desde a pré-produção até a distribuição de conteúdo de forma personalizada.

Mais do que o encantamento com a tecnologia ou o temor de substituição, o painel reforçou a necessidade de uma curadoria crítica, da formação em engenharia de prompts e do uso ético da linguagem audiovisual. Como sintetizou Moreira: “A IA ainda não pensa. Mas você, sim”.

*Informações: tudoradio.com

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