O Mercado de cafeterias em Minas Gerais: Um setor em plena efervescência e com crescente valorização

O café, que por séculos esteve intrinsecamente ligado à história e à economia do Brasil, segue firmemente enraizado no cotidiano dos brasileiros, mantendo seu peso tanto nas exportações quanto no consumo interno. Em Minas Gerais, essa paixão se traduz em um mercado de cafeterias que não apenas prospera, mas se consolida como um espaço vibrante de convivência e interação social.

Após um período desafiador, o setor de lanchonetes demonstra uma recuperação notável. Em 2023, 51% dos brasileiros voltaram a frequentar esses estabelecimentos, um salto significativo em relação aos 9% registrados em 2021. Essa retomada reforça a relevância das cafeterias no hábito de consumo da bebida, posicionando-as como o terceiro principal local de consumo de café. Os dados são da Pesquisa de Hábitos e Preferências do Consumidor de Café – 2023, do Instituto Axxus e da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC).

“As cafeterias são hoje muito mais do que apenas um local para tomar café. Elas se tornaram verdadeiros pontos de encontro, onde as pessoas buscam não só a qualidade da bebida, mas também o ambiente agradável, o modo de preparo diferenciado, a possibilidade de interação social e comodidades como Wi-Fi e energia. Essa busca por uma experiência completa impulsionando o crescimento do setor”, afirma o economista Henrique Monteiro Braga.

Em Belo Horizonte, essa tendência é ainda mais evidente. Em 2024, segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais – Rais, do Ministério do Trabalho e Emprego, sobre o ano de 2024, a capital mineira já conta com uma ampla e variada rede de cafeterias, acompanhada de perto essa onda de valorização.

Com 7.582 estabelecimentos registrados e ligados ao setor, as cafeterias estão na Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) como “lanchonetes, casas de chá, sucos” ou “restaurantes e similares”. Com base nessas categorias, é possível analisar informações sobre a remuneração média, o número de vínculos formais de trabalho e a quantidade de estabelecimentos.

Foto: Fecomércio MG/Divulgação

A força do mercado de cafeterias mineiro se manifesta também na geração de empregos. O setor empregando uma quantidade relevante de pessoas, tendo experimentado um aumento consistente de vagas formais nos últimos anos, com destaque para o período de 2021 e 2022, que marca a retomada das atividades pós-pandemia. A remuneração média no setor de Belo Horizonte também tem crescido consistentemente, com um pico em 2022, ano da retomada, seguido de um ajuste no ano e seguinte novo crescimento no último ano, atingindo R$ 1.565,55 em 2024, demonstrando a valorização dos profissionais da área.

No cenário nacional, o consumo de café continua forte. Em 2024, o Brasil bateu 21,9 milhões de sacas consumidas internamente, um crescimento de 1% em relação ao ano anterior. Desde 1996, o consumo total praticamente dobrou, com alta de quase 97%, e o consumo por pessoa também aumentou, em cerca de 50% no mesmo período. Isso demonstra que o café continua sendo um hábito cada vez mais presente e relevante na cultura brasileira.

“Minas Gerais, como maior produtor de café do país, tem um papel fundamental nesse cenário”, destaca Mário Arthur Brandão de Sousa, presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Belo Horizonte.

“O estado se destaca na produção nacional, sendo o maior produtor, com mais de 28,1 milhões de sacas produzidas no ano de 2024, segundo dados do IBGE. Minas Gerais possui uma liderança absoluta na produção de café, impulsionada por fatores como condições climáticas, altitudes elevadas, tradição, conhecimento técnico-científico e investimento em tecnologia. A rica tradição mineira do café com o tradicional pão de queijo mineiro se une à diversidade de grãos e ao conhecimento técnico-científico dos produtores, impulsionando a qualidade e a variedade de cafeterias que encontramos por aqui.” – Mário Arthur Brandão de Sousa, presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Belo Horizonte.

Minas Gerais é seguido pelo estado do Espírito Santo (14,8 milhões de sacas), São Paulo (5,6 milhões de sacas), Bahia (4,1 milhões de sacas) e Rondônia (2,8 milhões de sacas) como os maiores produtores de café do Brasil. O sucesso do Brasil em relação ao café não se restringe apenas ao consumo interno. O país se consolida como líder absoluto na produção e exportação do grão no cenário global. Em 2024, o Brasil bateu recorde, exportando cerca de 50,6 milhões de sacas e movimentando mais de R$ 12,5 bilhões entre janeiro e novembro. Isso confirma o Brasil como referência mundial tanto em volume quanto em valor. Os Estados Unidos, Alemanha, Bélgica, Itália e Japão são os cinco maiores importadores de café brasileiro.

Analisando as exportações mensais de café no Brasil em 2024, é possível observar que em determinado período houve um crescimento da receita de forma desproporcional ao aumento das exportações. Esse aumento da receita corresponde a um aumento significativo no preço do café. Apesar de a maioria dos consumidores ainda adquirir cafés em supermercados (63%) e atacarejos (25%) para consumo em casa, a valorização das cafeterias é um movimento claro. Os mineiros, e os turistas que visitam o estado em busca da rica gastronomia local, encontram nas cafeterias um espaço que celebra a cultura do café e a experiência de consumo.

Foto: Lucas Peroni – Fecomércio MG/Divulgação

O mercado de cafeterias em Minas Gerais está em plena efervescência, com um futuro promissor impulsionado pela paixão do brasileiro pelo café, pela busca por novas experiências e pela consolidação da cultura cafeeira como parte indissociável da vida social e econômica do estado.

Sobre a Fecomércio MG
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio MG) é a principal entidade representativa do setor de comércio de bens, serviços e turismo no estado, que abrange mais de 750 mil empresas e 51 sindicatos. Sob a presidência de Nadim Elias Donato Filho, a Fecomércio MG atua como porta-voz das demandas do empresário, buscando soluções através do diálogo com o governo e a sociedade. Outra importante atribuição da Fecomércio MG é a administração do Serviço Social do Comércio (Sesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) em Minas Gerais. A atuação integrada das três casas fortalece a promoção de serviços que beneficia comerciantes, empresários e a comunidade em geral, a partir de suas diversas unidades distribuídas pelo estado.

Desde 2022, a Federação tem se destacado na agenda pública, promovendo a divulgação sobre a importância do setor para o desenvolvimento econômico de Minas Gerais. A Fecomércio MG trabalha em estreita colaboração com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), presidida por José Roberto Tadros, para defender os interesses do setor nos âmbitos municipal, estadual e federal. A Federação busca melhores condições tributárias para as empresas e celebra convenções coletivas de trabalho, além de oferecer benefícios que visam o fortalecimento do comércio. Com 86 anos de atuação, a Fecomércio MG é fundamental para transformar a vida dos cidadãos e contribuir para a economia mineira.

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