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Google destaca importância de segurança jurídica e regras claras para atrair investimentos e ampliar produção tecnológica e digital no Brasil
O presidente do Google no Brasil, Fábio Coelho, afirmou, nesta quinta-feira, 4, durante evento realizado em Brasília, que a evolução da economia digital depende diretamente de segurança jurídica, previsibilidade regulatória e processos claros de elaboração de normas.
Coelho enfatizou que o setor lida diariamente com temas “na fronteira do conhecimento” e que, por isso, a ausência de normas é mais prejudicial do que regras em constante atualização.
“Às vezes a falta da lei é pior do que a lei. Então, por isso que a gente é a favor de regulação, a favor do processo de criar regras e leis, de um regramento que possa ajudar o Brasil a se desenvolver”, afirmou.
Segundo ele, a empresa tem buscado participar ativamente das discussões no Legislativo.
“A primeira é sentar à mesa, e a gente senta à mesa no Brasil para conversar e para dialogar e para poder explicar às vezes quais são as consequências de determinados problemas, gestos de lei ou leis que são trazidas, porque elas podem ajudar muito ou ajudar menos no ecossistema”, disse.
Coelho também citou a necessidade de que as normas acompanhem a evolução da sociedade e das tecnologias emergentes, como IA.
“As regras, elas têm que acompanhar a maneira como a sociedade evolui”, reforçou.
O encontro, em Brasília, contou com a participação do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, o que reforçou o diálogo institucional buscado pelas empresas de tecnologia.
Ao comentar a fala inicial de Hugo Motta sobre segurança jurídica e institucional, Coelho destacou que a estabilidade normativa é determinante para avanços econômicos.
“Naturalmente, preservando a premissa de normalidade institucional e de tentar manter os pilares de segurança, o presidente Hugo Mota comentou anteriormente sobre a dificuldade que é você ter leis ou demais, ou que mudam rápido”, afirmou.
Energia, curtailment e potencial para data centers
O presidente do Google destacou ainda o papel do Brasil como polo de infraestrutura digital, especialmente pela disponibilidade energética.
“O Brasil hoje tem em torno de 200, 220 gigawatts de capacidade de produção energética elétrica. Existe um fenômeno chamado curtailment: 20% da nossa energia não é aproveitada. Curiosamente, isso também se traduz em preços de energia que são extremamente convidativos para a chegada de um processo de data centers para o nosso país”, afirmou.
Ele lembrou que grandes grupos globais avaliam a previsibilidade regulatória antes de decidir investimentos.
“Esse dinheiro vai para mercados onde o sistema de regras está mais claro”, disse, mencionando investimentos recentes de empresas de tecnologia no Brasil.
Produção tecnológica e formação avançada
Coelho também chamou atenção para a necessidade de o país ampliar sua produção tecnológica.
“A gente também precisa não apenas consumir, mas produzir tecnologia. E a produção de tecnologia, ela se traduz em quê? Investimento, regras claras, segurança jurídica e boas ideias”, afirmou.
Ele informou que o Google mantém 820 profissionais de engenharia no país e celebrou a criação da Cátedra de Inteligência Artificial Responsável na USP, com participação de pesquisadores dedicados ao tema.
*Fonte: Paula Coutinho via tele.síntese

