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A relação da Geração Z com a tecnologia é marcada pela emoção e pela expressão criativa
A Geração Z, nascida entre meados da década de 1990 e o início dos anos 2010, está redefinindo não apenas a forma como marcas e empresas constroem sua comunicação visual, mas também os próprios padrões de autenticidade na era digital. Diferente das gerações anteriores, que se deixaram influenciar por campanhas aspiracionais e padrões estéticos de perfeição, esse grupo busca representações mais reais e espontâneas. Corpos diversos, amizades verdadeiras, rotinas de trabalho plurais e estilos de vida realistas ocupam o lugar das narrativas artificiais e distantes da realidade.
Um estudo recente da Getty Images, por meio de sua plataforma de pesquisa VisualGPS, mostra que a relação da Geração Z com a tecnologia é marcada pela emoção e pela expressão criativa. Para esses jovens, não basta usar ferramentas digitais de forma funcional: elas são extensões da identidade, meios de comunicar sentimentos, visões de mundo e até vulnerabilidades. Essa conexão se reflete também na importância dos hobbies, que desempenham papel central em sua saúde mental e bem-estar. Atividades criativas ou físicas não são vistas apenas como lazer, mas como práticas essenciais para equilibrar a rotina e afirmar individualidade.
Isso se traduz na maneira como essa audiência consome e produz imagens. Ferramentas de realidade aumentada (RA) e realidade virtual (RV), presentes em redes sociais como Snapchat e Instagram, são apropriadas de forma consciente e intencional. Para a Geração Z, esses recursos não têm como objetivo apagar traços humanos ou disfarçar imperfeições, mas sim expandir possibilidades de personalização, testar estéticas e criar formas de se expressar
A criatividade surge de diferentes modos, indo do simples uso de emojis personalizados a publicações no estilo moodboard, passando por tutoriais, experimentações gráficas e memes de nicho. Essas produções visuais funcionam como pequenos retratos de identidades e valores, compondo feeds sociais que refletem não apenas gostos pessoais, mas também as comunidades e subculturas com as quais os jovens se identificam. O estudo da Getty Images aponta que é justamente nesse espaço que florescem as chamadas micro estéticas – linguagens visuais que podem ir do improviso rústico de uma oficina caseira de artesanato aos tons intimistas de alguém apaixonado por história.
Mais do que tendência, essas micro estéticos representam formas de pertencimento: elas criam vínculos entre pessoas que compartilham interesses, estilos de vida ou visões de mundo, tornando o ambiente digital um espaço de múltiplas camadas visuais e narrativas. Cada escolha estética carrega intencionalidade, seja para expressar humor, expor vulnerabilidades ou compartilhar paixões.
Para as marcas, compreender esse movimento e se adaptar é ele não pode mais ser apenas uma escolha. A Geração Z não se satisfaz com imagens polidas e aspiracionais, que soam artificiais ou distantes. O que esse público busca são narrativas visuais que valorizem a diversidade, que acolham a imperfeição e que reconheçam a beleza da criatividade cotidiana. Mais do que vender produtos, trata-se de construir uma comunicação que dialogue com experiências reais e traduza, em imagens, a pluralidade do mundo em que esses jovens vivem.
*Informações: Acontecendo Aqui